Própolis - A lágrima das árvores
Ao longo da história, o homem aprendeu a utilizar os produtos naturais na medicina. Um dos produtos naturais mais utilizados durante séculos pela humanidade tem sido a Própolis administrada sob diversas formas. No antigo Egito (1700 a.C.) era utilizada para embalsamar os mortos.
O Aristóteles (384a.C.~322a.C.), ilustre filósofo da Grécia antiga, em seu livro “Catálogo Animal” descreve a Própolis da seguinte forma:
“Se conceder as abelhas, uma colmeia vazia em um ar puro, elas coletam as “lágrimas” que saem das árvores, as quais são resinas de vários tipos de vegetações, para construir a colmeia.”
O Plínio (23d.C~79d.C.), Conhecido como o Velho, almirante e historiador da Roma antiga, em sua obra “Naturalis História”, a maior enciclopédia do mundo antigo com um vasto compêndio das ciências antigas, refere-se a Própolis como medicamento capaz de reduzir inchaços e aliviar dores. O Dioscórides, famoso médico da Roma antiga e fundador da Farmacognosia, em sua obra “De materia medica”, a principal fonte de informação sobre drogas medicinais do século I até XVIII, também relata o uso da Própolis para fins medicinais.
Na África do Sul, na guerra ao final do século XIX, foi amplamente utilizada devido às suas propriedades cicatrizantes. Na antiga URSS, a Própolis mereceu especial atenção em medicina humana e veterinária, com aplicações inclusive no tratamento da tuberculose, observando-se a regressão dos problemas pulmonares e recuperação do apetite.
Ainda existem registros do seu uso na Assíria, antigo Egito, para tratamento de infecções e intumescências, e também para acelerar o crescimento dos cabelos. E há relatos de que na Roma antiga, os soldados carregavam a Própolis como medicamento de emergência para tratar feridas e aliviar a dor na hora de remover flechas e espinhos encravados. No império dos Incas, a Própolis era conhecida como remédio eficiente contra inflamações e febre.
Todos estes relatos demonstram que a Própolis veio sendo utilizada em benefício da saúde das pessoas ao longo dos séculos.
A defesa da colmeia
Existem duas versões para explicar a origem da palavra Própolis. A primeira, de origem inteiramente grega, resultante da junção da palavra “pró”, que significa “em favor de” ou “em defesa de” e a palavra “polis”, que significa “cidade”. Portanto, segundo essa versão, Própolis significa “a defesa da cidade”, compreendendo que a colmeia é uma cidade das abelhas. A segunda versão, que também resulta da junção de suas palavras, tem como origem a palavra “propo” do latim, que significa “estrutura” mais o termo grego “polis”. Assim, nessa versão a palavra Própolis adquire o significado de “estrutura da cidade”.
As abelhas usam a Própolis na região próxima da entrada da colmeia, para fechar frestas e cavidades, não apenas para se proteger das intempéries como também dos insetos e microorganismos invasores.
Além dessa proteção contra agentes externos, a Própolis possui também efeito desinfetante. A Própolis é encontrada em vários locais da colmeia, mas é na entrada que se concentra em maior quantidade. Quando as abelhas retornam à colmeia e elas passam por essa entrada protegida com Própolis, o seu corpo é esterilizado para assegurar a higiene da colmeia, tornando seu ambiente interno imune contra vírus e bactérias, em uma ação conjunta com Própolis depositadas em outras partes da colmeia.
Os insetos que porventura invadirem a colmeia apesar da proteção existente, são imediatamente picados e mortos, e embalsamados com a Própolis, evitando dessa forma a decomposição desses organismos e a proliferação de bactérias e outros microorganismos dentro da colmeia.
A própolis serve também para manter a temperatura estável dentro das colmeias.
A composição da Própolis segue como a tabela abaixo:
Como a Própolis é coletada?
A Própolis é formada a partir de produtos do metabolismo das abelhas (ceras), de resinas de plantas (flavonoides, ácidos fenólicos, etc.), de materiais que foram introduzidos durante a elaboração da Própolis e substâncias coletadas que sofreram algum tipo de modificação na sua estrutura por alguma enzima presente na saliva das abelhas.
As abelhas coletoras são atraídas pelas gemas das plantas que se desenvolvem nos ramos e, com suas pernas posteriores e peças bucais rompem pedaços de resinas. Essas resinas são umedecidas com a língua, formando pequenas esferas pelas mandíbulas. Essas esferas são transferidas da mandíbula para a corbícula (acima da perna posterior). Quando a corbícula está totalmente tomada, as abelhas finalmente depositam a resina na colmeia. Enquanto as abelhas depositam a resina na corbícula, elas podem também estar elaborando a Própolis com a mandíbula.
As abelhas coletoras são atraídas pelas gemas das plantas que se desenvolvem nos ramos e, com suas pernas posteriores e peças bucais rompem pedaços de resinas. Essas resinas são umedecidas com a língua, formando pequenas esferas pelas mandíbulas. Essas esferas são transferidas da mandíbula para a corbícula (acima da perna posterior). Quando a corbícula está totalmente tomada, as abelhas finalmente depositam a resina na colmeia. Enquanto as abelhas depositam a resina na corbícula, elas podem também estar elaborando a Própolis com a mandíbula.
O antibiótico natural
Devido sua forte ação antimicrobiana, a Própolis é conhecida como "antibiótico natural". Vários estudos realizados até hoje mostram que a Própolis possui grande eficiência contra microorganismos.
Os efeitos terapêuticos da Própolis têm sido atribuídos aos diversos compostos fenólicos, que estão largamente distribuídos no reino vegetal. Destes, os flavonoides são os principais, encontrando-se ainda ácidos fenólicos e seus ésteres, aldeídos fenólicos, álcoois, aminoácidos, esteroides, açúcares, etc.
Os flavonoides são um grupo de compostos fenólicos, os polifenóis, encontrados naturalmente nas resinas coletadas pelas abelhas de certas folhas, ramos, botões de bétula e plantas, que atuam no nosso organismo como potentes antioxidantes, e possuem ações como anti-inflamatórias, antialérgica e anticancerigena.
Na Própolis são encontrados pelo menos 38 tipos de flavonoides como artepillina-C, apigenina, acacetina, galangina, kaempferol, luteolina, quercetina, pinocembrina, crisina e muitos outros. E maioria deles apresentam atividade antimicrobiana. Os flavonoides ainda auxiliam na absorção e na manutenção da vitamina C no organismo, protegendo-a da destruição e potencializando seu efeito no organismo.
A Própolis ainda apresenta a presença de fenólicos como ácido ferúlico, ácido cinâmico, ácido cafeico que são substâncias benéficas à saúde.
Também se destaca a presença de terpenóides que possuem a ação fisiológicas contra os microorganismos reportadas em vários trabalhos científicos.
Própolis Verde e Artepillin-C
A Própolis brasileira é considerada a melhor do mundo devido à junção de dois fatores: a genética da abelha brasileira com a diversidade da flora nacional. A Própolis Verde, aquela que contém Artepilin- C (um poderoso flavonóide), é proveniente do Alecrim (Baccharis Dracunculifolia) uma planta típica da vegetação brasileira. A abelha brasileira possui alta capacidade para este tipo de atividade apícola porque ela é resultante do cruzamento da espécie africana com a europeia.
A Própolis brasileira tem uma composição química bastante distinta das outras Própolis do restante do mundo. Isto está vinculada à sua origem botânica e à espécie de abelha que a produziu. A Própolis brasileira originária do planta chamado Baccharis Dracunculifolia, conhecida também como alecrim-do-campo, sendo uma espécie tipicamente brasileira que não se adequada em nem outros país, é reconhecida internacionalmente como a melhor Própolis do mundo. Isso se deve ao fato de somente na Própolis verde conter um importante ácido fenólico chamado Artepillin-C (ácido 3,5-diprenil-4-hidroxicinâmico), composto químico inicialmente isolado da Própolis verde, e que no Japão é utilizado no tratamento e prevenção de tumores.
Topo
No comments:
Post a Comment